A Segunda Trombeta – Apocalipse 8:8-9
A segunda trombeta descreve uma guerra marítima, pois
atinge a terça parte do mar, o que aponta para uma das três partes em que se
dividia o mundo nos dias do domínio romano (ver primeira trombeta). Um novo
inimigo de Roma surgiria para abalar o seu poderio naval e como o bárbaro
Alarico fez, Genserico é o novo inimigo de Roma. Os bárbaros denominados de
Vândalos, dentre todos os povos que invadiram o Império Romano, foram os únicos
que formaram uma grande força naval no mar mediterrâneo.
A catástrofe anunciada pela segunda trombeta é vista
como descrevendo a invasão do Império Romano. Os vândalos viajando desde a sua
origem, a Trácia, emigraram através da Gália, atual território da França e da
Espanha, e se estabeleceram ao norte da África tendo por capital a cidade de
Cartago. Ali se estabeleceu Genserico e seu bárbaros e de lá partiram para
saquear todas as cidades importantes do Mediterrâneo, incluindo o próprio
território da Itália e por último também a própria cidade de Roma.
* Podemos destacar 5 pontos:
- O anjo da segunda trombeta
- É lançada no mar uma montanha em chamas
- A terça parte do mar tornou-se em sangue
- Morreu a terça parte da criação
- É destruída a terça parte das embarcações
O anjo da segunda trombeta: O anjo da segunda trombeta foi o bárbaro Genserico,
rei dos vândalos, pois ele dirigiu a invasão contra o Império Romano, segundo
relato da história.
O toque desta trombeta deu-se por volta do ano 455
A.D., isto é, quando as hordas bárbaras de Genserico se encaminharam para o Rio
Tigre e entraram em Roma, podendo pilhar a cidade fazendo prisioneiros a
milhares de cidadãos romanos, inclusive o imperador e suas filhas.
É lançada no mar uma
montanha em chamas:
Trata-se de uma grande batalha naval em que um grande incêndio tomaria lugar
sendo evidente que só um incêndio de navios /embarcações poderia cumprir este
simbolismo como ocorreu na batalha entre as esquadras de Genserico e as
esquadras do Império Romano.
Para enfrentar Genserico, o Império Romano concentrou
sua esquadra naval de 1300 navios na capital, Constantinopla, e cerca de
100.000 marinheiros e guerreiros. Genserico colocou os mais valentes de seus
guerreiros para tripular seus navios rebocando pequenos barcos cheios de
combustível os quais foram arremessados contra a esquadra romana durante uma
noite escura. As embarcações romanas estavam mal posicionadas e muito
amontoadas, o que facilitou a propagação do fogo e o vento que soprava a favor
do fogo determinou assim uma rápida destruição da esquadra romana muito
superior em quantidade e que agora parecia uma “montanha ardendo em fogo”.
A terça parte do mar
tornou-se em sangue: O
confronto entre as duas esquadras foi tão violento que determinou um grande
sacrifício de homens tornando as águas do mar tintas de sangue humano parecendo
que o mar se tonara completamente em sangue, tal era a quantidade de
marinheiros mortos naquela batalha e o sangue aqui mencionado se refere a um
extenso massacre humano. Este juízo de Deus é uma reminiscência da primeira
praga do Egito quando as águas se tronaram como sangue de um homem morto.
Morreu a terça parte da
criação: Como vimos no estudo
anterior, o Império Romano era constituído de 3 partes: Europa, Ásia e África.
A batalha aqui referida teve palco nas terras europeias, portanto aqueles
marinheiros que faziam parte de uma das 3 partes do Império perderam-se
totalmente, pois os marinheiros que escapavam do incêndio foram mortos pela
espada nas praias e o seu sangue derramado no mar.
É destruída a terça parte
das embarcações: Nessa
batalha marítima Genserico reuniu navios carregados
de combustível e rebocou-os para o meio dos navios romanos, incendiando e
destruindo naquela madrugada mais de 1.100 navios romanos. O Império
Romano perdeu o seu poder marítimo no Mediterrâneo ficando assim a mercê dos
bárbaros vândalos que destruíram quase a totalidade das igrejas e conventos
católicos em toda parte onde dominaram completamente.
A invasão dos vândalos iniciou-se no ano de 429 A.D. e
terminou por volta do ano 468 A.D. sendo esse povo mais tarde destruído pelo
poder papal a partir do ano de 538 A.D.
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