Os irmãos da igreja de Corinto estavam fazendo o uso errado do dom de línguas. Quando lemos especialmente o capítulo 14, percebemos que eles:
1) Não usavam o dom com o propósito evangelístico, pois falam de maneira que os estrangeiros não entendiam – versos 9 e 11;
2) Preocupavam-se mais em “aparecer” do que edificar a igreja – versos 22 e 12;
3) Quando alguém falava em línguas (no grego, o termo significa “idiomas”), tal pessoa não sabia o que dizia ou não possuía um intérprete para ajudá-la – versos 13 e 27;
4) Usavam o dom de forma desordenada – versos 27, 33 e 40.
Com base nesse contexto fica mais fácil compreendermos 1 Coríntíos 14:13. Paulo está dizendo, em outras palavras: “se não há uma pessoa que interprete o dom, então, você que fala em línguas, ore para que Deus dê a você a capacidade de traduzir para os estrangeiros que assistem ao culto a fim de que eles entendam a mensagem e aceitem a Jesus como Salvador”.
Embora alguns cristãos creiam que o dom de línguas em 1 Coríntios 14 seja diferente, ou seja, de uma forma “estática” e “ininteligível”, acreditamos ser ele da mesma natureza de Atos 2, Atos 10 e 19 (assim como em Marcos 16:17) por vários motivos, entre eles:
1) A expressão grega para “língua”, usada em Coríntios é a mesma utilizada em Atos 2: “glôssa”, que significa “língua de nações” ou “idiomas”;
2) O verbo grego “falar” – “laléo” no mesmo capítulo refere-se à “linguagem humana usual”, do “dia-a-dia”;
3) Na expressão “línguas estranhas”, o termo “estranhas” não se encontra no original grego, contrariando assim a ideia de alguma manifestação incompreensível do dom. Veja a tradução da Nova Versão Internacional: “Pois quem fala em uma língua [ou outro idioma] não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios” 1 Coríntios 14:2..
Desse modo, o dom de línguas de 1 Coríntios 14 (e de outros textos) era o mesmo dado pelo Espírito Santo na ocasião do Pentecostes. E, o problema na igreja de Corinto girava em torno da forma desordenada como o dom era usado.
O dom de línguas tem propósitos evangelísticos. Se o evangelho não for compreendido, as pessoas não serão salvas.
Biblicamente, há apenas um tipo de dom de línguas: aquele pelo qual as pessoas entendem a vontade de Deus para a vida delas.
Autor: Leandro Quadros
Fonte: Na mira da verdade
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