A profecia de Daniel 9 foi dada "no primeiro ano de Dario... da linhagem dos medos" (v. 1). Este Dario não deve ser confundido com outros reis com mesmo nome, que, mais tarde, aparecem como mandatários do império persa. Entendemos que o Dario de Daniel corresponde, na História, a Ciáxares II, o tio do conquistador de Babilônia em 539 a.C., Ciro. Este teria se casado com uma prima, filha de Ciáxares e, como pagamento de dote, o conquistador concedeu-lhe o trono de Babilônia. Seu primeiro ano como rei corresponde a 538 a.C., e não 539, que seria considerado o ano de sua ascensão ao poder. Ele reinou em Babilônia por dois anos, ou três (cálculo inclusivo).
Considerando que o exílio babilônico começou em 605 a.C., quando Daniel foi levado cativo, os setenta anos de cativeiro previstos por Jeremias (ver 25:11 e 29:10) estavam chegando ao fim; daí Daniel redobrar suas orações, como a que é registrada neste capítulo. Em combinação com este motivo, havia também outra razão para Daniel intensificar suas preces: o período das 2.300 tardes e manhãs, registrado na visão anterior (8:14), sobre o qual ele não havia recebido esclarecimento. Como este período envolvia a questão do santuário, Daniel imaginou que Deus estivesse prolongando o tempo do cativeiro, o que deixou o profeta apreensivo.
Daniel 9 deve ser considerado uma seqüência natural de Daniel 8. Com efeito, os dois capítulos se complementam. Eles formam uma unidade temática e, neste aspecto, são mutuamente dependentes. Isto é: sem o capítulo 9, o capítulo 8 permanece fechado quanto à explicação das 2.300 tardes e manhãs (ver 8:26); e sem o capítulo 8, o capítulo 9 não vai além de 34 d.C., embora faça referência à inauguração do ministério sacerdotal de Jesus (mediante a expressão "ungir o santo dos santos" do v. 24), um ministério que prossegue até os nossos dias.
O mesmo anjo que estivera com Daniel por ocasião da visão do capítulo 8, e que viera para explicar a própria visão, deixando de fora, contudo, a questão das "tardes e manhãs" (8:26), voltou agora para elucidar esse pormenor. Embora as informações de Gabriel, nesta nova oportunidade, se restrinjam apenas àquilo que se referia diretamente ao povo de Daniel e à própria indagação do profeta, elas são suficientes para confirmar que, de fato, "a cena do juízo em Daniel 7 e a purificação do santuário em Daniel 8 representam o mesmo evento", a ocorrer algum tempo depois do período da supremacia papal, os 1.260 anos que terminam em 1798.
O entendimento da última visão de Daniel, onde apareceram 2.300 anos, e apareceu a questão da purificação do santuário . Isso criou em Daniel uma impressionante preocupação: será que o povo de Israel cometeu tão grande pecado, e continuava cometendo, que o castigo de 70 anos profetizado por Jeremias foi estendido para 2.300 anos? Daniel se angustiava com a condição de vida, espiritual e material, das pessoas no final desse longo tempo, pois percebeu que seria uma situação extremamente adversa. Ele também percebeu que essa longa jornada seria terrível para o povo de DEUS. Ora, setenta anos já lhe pareciam uma travessia penosa, portanto, milênios seria incomparavelmente pior. Mas ele possuía a consciência de não ter entendido a profecia, essa era a sua percepção. Diante do cenário, conforme ele percebia as coisas, Daniel orava três vezes ao dia, pedindo clemência por seu povo, no qual ele se incluía. Esse é o capítulo 9 e a impressionante oração de Daniel, oração que serve de orientação às nossas orações nesses últimos dias.
O ponto principal é a questão do juízo ou da purificação do santuário, que são o mesmo evento. Esse processo, de juízo e de purificação, digamos assim, iria, sem sombra de dúvida, ocorrer depois dos fatos relacionados aos 1.260 anos. Isso fica evidente nos capítulos 7 e 8 de Daniel. Outra coisa sobre a qual não se pode ter dúvidas é que o tal santuário a ser purificado não se localiza na Terra, pois, até o ano 31, com a morte de JESUS, esse santuário cumpriu suas funções. No ano 70 ele foi totalmente destruído, e nunca mais reconstruído. E o ritual foi abolido na cruz, como é fartamente enfatizado na Bíblia, tanto no Novo quanto no Antigo Testamento. Logo, esse santuário é o celestial, do qual o terrestre era simples réplica. Ora, foi nesse santuário que JESUS, após ascender ao Céu, entrou para interceder por nós. Assim, desde alguns dias após a ressurreição de JESUS as questões relacionadas com a intercessão se realizam, não mais aqui na Terra, mas no Céu. E, algum dia desses, a questão do julgamento, que na Terra ocorria uma vez por ano, o dia da expiação, começaria a também ocorrer no santuário celeste, que é o julgamento de que trata Daniel 7, ou a purificação de que trata Daniel 8.
Na profecia de Daniel 2, a revelação foi por meio de um rei pagão, que mais tarde, após muita luta, se converteu. Nessa visão, DEUS criou, por meio do rei, uma chave de confiabilidade das revelações. No final desta visão vemos uma pedra vinda do Céu que destrói toda estátua e estabelece o reino eterno de DEUS.
Então vem Daniel 7. Nessa visão, DEUS revela a existência de um juízo que julga as atividades da arrogante ponta pequena, porque ela exercerá imenso poder para enganar nas questões relacionadas a adoração. Inclusive, revela a visão, mudará a Lei de DEUS, e se portará como se fosse o próprio DEUS. Mas no juízo esse poder será julgado e eliminado. O final do capítulo termina como Daniel 2, com o reino sendo dado ao povo dos santos.
Em Daniel 8, em lugar do juízo, apresenta a purificação do santuário, o mesmo evento do juízo. E apresenta, como continuidade, a duração de outra profecia de 2.300 anos. Há revelação de reinos (Medo-Pérsia e Grécia), mais detalhes das ferozes ações da ponta pequena, inclusive sua identidade com o Império Romano, do qual é uma continuidade de natureza diferente (de civil para religioso, no entanto, mantendo o conteúdo pagão).
Mas nessa visão aparece um detalhe de poucas linhas, mas que atraem a atenção pela tremenda importância: um tempo de 2.300 anos, e a purificação do santuário.
A explicação do anjo, que consta em Daniel 9:24 a 27, refere-se ao que foi anunciado a Daniel em seu livro, cap 8:14, ou seja, ao período de 2.300 anos. Agora o anjo estava detalhando esse período em sub-períodos. Os 2.300 se dividem, inicialmente, em dois grandes sub-períodos: 490 anos mais 1810 anos, que somados, dão os 2.300 anos. Os primeiros 490 são para que o povo de DEUS se defina, se quer seguir a DEUS, ou se continuará preferindo aos deuses pagãos. Os outros 1.810 anos, são para levar o evangelho aos pagãos. Ou seja, há aqui duas possibilidades, das quais só uma poderia ser seguida. Se uma delas fosse a escolhida, a outra não ocorreria. É assim: alternativa “a”: Israel, nos seus 490 anos, se define, de uma vez por todas, por adorar o verdadeiro DEUS. Nesse caso, Israel, nos dias de JESUS seria integrado na Igreja de CRISTO, ou seja, como é óbvio, formaria com a igreja um só povo. A alternativa “b”, a que realmente aconteceu, é a rejeição por parte do povo de Israel do convite de CRISTO, que no final desse tempo, veio em pessoa pregar a seu povo, que não O aceitou como povo, como nação. Então, os poucos judeus que aceitaram, foram aos gentios (pagãos) pregar o evangelho de JESUS, e assim, sem mais o antigo povo de DEUS, a Igreja de CRISTO nasceu e prosseguiu, como conhecemos a história.
Esses são os dois grandes períodos dessa enorme profecia de mais de dois milênios de duração. Por enquanto é vital sabermos que esse tempo profético já passou, e que vivemos no tempo do fim. Esse tempo do fim se iniciou, não em 1844, quando terminaram os 2.300 anos, mas em 1.798, quando terminou outro período profético dentro desses 2.300 anos, que foi de 1260 anos. Esse período de tempo foi da grande supremacia papal sobre as nações e formas de adoração.
Considerando que o exílio babilônico começou em 605 a.C., quando Daniel foi levado cativo, os setenta anos de cativeiro previstos por Jeremias (ver 25:11 e 29:10) estavam chegando ao fim; daí Daniel redobrar suas orações, como a que é registrada neste capítulo. Em combinação com este motivo, havia também outra razão para Daniel intensificar suas preces: o período das 2.300 tardes e manhãs, registrado na visão anterior (8:14), sobre o qual ele não havia recebido esclarecimento. Como este período envolvia a questão do santuário, Daniel imaginou que Deus estivesse prolongando o tempo do cativeiro, o que deixou o profeta apreensivo.
Daniel 9 deve ser considerado uma seqüência natural de Daniel 8. Com efeito, os dois capítulos se complementam. Eles formam uma unidade temática e, neste aspecto, são mutuamente dependentes. Isto é: sem o capítulo 9, o capítulo 8 permanece fechado quanto à explicação das 2.300 tardes e manhãs (ver 8:26); e sem o capítulo 8, o capítulo 9 não vai além de 34 d.C., embora faça referência à inauguração do ministério sacerdotal de Jesus (mediante a expressão "ungir o santo dos santos" do v. 24), um ministério que prossegue até os nossos dias.
O mesmo anjo que estivera com Daniel por ocasião da visão do capítulo 8, e que viera para explicar a própria visão, deixando de fora, contudo, a questão das "tardes e manhãs" (8:26), voltou agora para elucidar esse pormenor. Embora as informações de Gabriel, nesta nova oportunidade, se restrinjam apenas àquilo que se referia diretamente ao povo de Daniel e à própria indagação do profeta, elas são suficientes para confirmar que, de fato, "a cena do juízo em Daniel 7 e a purificação do santuário em Daniel 8 representam o mesmo evento", a ocorrer algum tempo depois do período da supremacia papal, os 1.260 anos que terminam em 1798.
O entendimento da última visão de Daniel, onde apareceram 2.300 anos, e apareceu a questão da purificação do santuário . Isso criou em Daniel uma impressionante preocupação: será que o povo de Israel cometeu tão grande pecado, e continuava cometendo, que o castigo de 70 anos profetizado por Jeremias foi estendido para 2.300 anos? Daniel se angustiava com a condição de vida, espiritual e material, das pessoas no final desse longo tempo, pois percebeu que seria uma situação extremamente adversa. Ele também percebeu que essa longa jornada seria terrível para o povo de DEUS. Ora, setenta anos já lhe pareciam uma travessia penosa, portanto, milênios seria incomparavelmente pior. Mas ele possuía a consciência de não ter entendido a profecia, essa era a sua percepção. Diante do cenário, conforme ele percebia as coisas, Daniel orava três vezes ao dia, pedindo clemência por seu povo, no qual ele se incluía. Esse é o capítulo 9 e a impressionante oração de Daniel, oração que serve de orientação às nossas orações nesses últimos dias.
O ponto principal é a questão do juízo ou da purificação do santuário, que são o mesmo evento. Esse processo, de juízo e de purificação, digamos assim, iria, sem sombra de dúvida, ocorrer depois dos fatos relacionados aos 1.260 anos. Isso fica evidente nos capítulos 7 e 8 de Daniel. Outra coisa sobre a qual não se pode ter dúvidas é que o tal santuário a ser purificado não se localiza na Terra, pois, até o ano 31, com a morte de JESUS, esse santuário cumpriu suas funções. No ano 70 ele foi totalmente destruído, e nunca mais reconstruído. E o ritual foi abolido na cruz, como é fartamente enfatizado na Bíblia, tanto no Novo quanto no Antigo Testamento. Logo, esse santuário é o celestial, do qual o terrestre era simples réplica. Ora, foi nesse santuário que JESUS, após ascender ao Céu, entrou para interceder por nós. Assim, desde alguns dias após a ressurreição de JESUS as questões relacionadas com a intercessão se realizam, não mais aqui na Terra, mas no Céu. E, algum dia desses, a questão do julgamento, que na Terra ocorria uma vez por ano, o dia da expiação, começaria a também ocorrer no santuário celeste, que é o julgamento de que trata Daniel 7, ou a purificação de que trata Daniel 8.
Na profecia de Daniel 2, a revelação foi por meio de um rei pagão, que mais tarde, após muita luta, se converteu. Nessa visão, DEUS criou, por meio do rei, uma chave de confiabilidade das revelações. No final desta visão vemos uma pedra vinda do Céu que destrói toda estátua e estabelece o reino eterno de DEUS.
Então vem Daniel 7. Nessa visão, DEUS revela a existência de um juízo que julga as atividades da arrogante ponta pequena, porque ela exercerá imenso poder para enganar nas questões relacionadas a adoração. Inclusive, revela a visão, mudará a Lei de DEUS, e se portará como se fosse o próprio DEUS. Mas no juízo esse poder será julgado e eliminado. O final do capítulo termina como Daniel 2, com o reino sendo dado ao povo dos santos.
Em Daniel 8, em lugar do juízo, apresenta a purificação do santuário, o mesmo evento do juízo. E apresenta, como continuidade, a duração de outra profecia de 2.300 anos. Há revelação de reinos (Medo-Pérsia e Grécia), mais detalhes das ferozes ações da ponta pequena, inclusive sua identidade com o Império Romano, do qual é uma continuidade de natureza diferente (de civil para religioso, no entanto, mantendo o conteúdo pagão).
Mas nessa visão aparece um detalhe de poucas linhas, mas que atraem a atenção pela tremenda importância: um tempo de 2.300 anos, e a purificação do santuário.
A explicação do anjo, que consta em Daniel 9:24 a 27, refere-se ao que foi anunciado a Daniel em seu livro, cap 8:14, ou seja, ao período de 2.300 anos. Agora o anjo estava detalhando esse período em sub-períodos. Os 2.300 se dividem, inicialmente, em dois grandes sub-períodos: 490 anos mais 1810 anos, que somados, dão os 2.300 anos. Os primeiros 490 são para que o povo de DEUS se defina, se quer seguir a DEUS, ou se continuará preferindo aos deuses pagãos. Os outros 1.810 anos, são para levar o evangelho aos pagãos. Ou seja, há aqui duas possibilidades, das quais só uma poderia ser seguida. Se uma delas fosse a escolhida, a outra não ocorreria. É assim: alternativa “a”: Israel, nos seus 490 anos, se define, de uma vez por todas, por adorar o verdadeiro DEUS. Nesse caso, Israel, nos dias de JESUS seria integrado na Igreja de CRISTO, ou seja, como é óbvio, formaria com a igreja um só povo. A alternativa “b”, a que realmente aconteceu, é a rejeição por parte do povo de Israel do convite de CRISTO, que no final desse tempo, veio em pessoa pregar a seu povo, que não O aceitou como povo, como nação. Então, os poucos judeus que aceitaram, foram aos gentios (pagãos) pregar o evangelho de JESUS, e assim, sem mais o antigo povo de DEUS, a Igreja de CRISTO nasceu e prosseguiu, como conhecemos a história.
Esses são os dois grandes períodos dessa enorme profecia de mais de dois milênios de duração. Por enquanto é vital sabermos que esse tempo profético já passou, e que vivemos no tempo do fim. Esse tempo do fim se iniciou, não em 1844, quando terminaram os 2.300 anos, mas em 1.798, quando terminou outro período profético dentro desses 2.300 anos, que foi de 1260 anos. Esse período de tempo foi da grande supremacia papal sobre as nações e formas de adoração.
Autor:José Carlos Ramos
Diretor de Pós-Graduação do Unasp-EC
Um comentário:
Miguel
Você diz que Daniel tinha preocupação de talvez o senhor ter estendido os anos da desolação de Israel. Mas é justamente o contrário que ele afirma, no inicio do capitulo, ele afirma: "entendi pelos escritos de Jeremias que a desolação de Irael duraria 70 anos" ele não tem dúvida. o fato de ele começar uma temporada de oração é para como que querendo lembrar a Deus de suas promessas, reconhecendo o erro de seu povo.
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